sábado, 9 de março de 2013

Intervenção 8 de março 2013


O 8 de março é Dia Internacional da Mulher. Ao contrário do que os meios de comunicação reproduzem, esta não é uma data para comemorar, e sim para lutar. Ganharmos flores e ouvirmos que somos boas mulheres por sermos boas mães, filhas e esposas não apaga as violências que sofremos diariamente, violências brutais e cotidianas, às quais não vamos nos render, às quais devemos combater. Queremos ter liberdade, ser tratadas com respeito, queremos poder fazer nossas próprias escolhas.

Neste oito de março, enfeitamos as ruas para nós mesmas. Lembramos de mulheres famosas ou não por suas lutas. Poderia ser Maria da Silva, Joana dos Santos, Tereza de Souza. Cada mulher tem sua história, e todas nós sabemos, cada uma de um jeito, o que é viver neste corpo. 
Tu sabe quem foi Borges de Medeiros, Salgado Filho, os Andradas e os Voluntários da Pátria? Quem sabe com um novo olhar sobre nossas ruas, nossos passos também sejam lembrados, e a igualdade nos favoreça. 
Nossa intervenção não prejudicará quem busca pelas ruas, pois há muitas placas sem adesivos. Conversar com quem caminha na rua também pode ajudar. 


Esperamos que tenham gostado, e também que ninguém se perca "por aí" como tantos se perdem no machismo de cada dia.

Seguem os registros, mostrando que mulheres em luta ousam nas madrugadas da cidade!!!
















Violência de gênero é a violência exercida contra as mulheres, uma manifestação da desigualdade e do domínio dos homens por vivermos numa cultura machista. A violência pode ser física, psicológica e sexual, causando danos permanentes ou morte. Somos consideradas mais fracas, objetificadas sexualmente, nos ditam padrões de beleza, no trabalho recebemos menores salários, somos assediadas e discriminadas quando grávidas.



As mulheres sofrem violências de estranhos e também doméstica, geralmente por seus maridos, é muito comum o estupro e a coação dentro do casamento ou namoro. A violência doméstica pode ser causada por outros membros da família ou pessoas próximas e é muito comum meninas já desde pequenas sofrerem abuso e violência dentro de casa, violência sexual ou outros tipos de maus tratos.



Muitas mulheres e meninas vivem sob escravidão sexual, são forçadas a se prostituírem ou são traficadas para exploração sexual.



Somos ensinadas desde pequenas a aguentarmos caladas muitas dessas violências. Mas queremos romper o silêncio! Procure ajuda, não fique calada! Divida o que você está passando! Saiba que você não está sozinha! O silencio apenas ajuda o agressor!



E como você pode ajudar? Se você conhece uma mulher que sofre ou sofreu violência, procure auxiliá-la, sempre tendo cuidado de deixá-la à vontade para falar. Isso é importante para que ela não se sinta acuada, pois a intenção é confortá-la e não tirar algo dela à força. Ajude-a a se fortalecer e a ter condições de reagir e se afastar da relação de violência, inclusive de denunciar seu agressor publicamente.



As mulheres sofrem discriminação, e as desigualdades se dão também no âmbito social e econômico, sendo as mulheres de classes mais baixas mais suscetíveis à dependência financeira e a exclusão social. As mulheres negras além do preconceito e discriminação por serem mulheres, sofrem com o preconceito racial, e as mulheres negras e pobres são as últimas na escala social. A mulher negra trabalha mais, recebe menor salário e têm o menor índice de escolaridade.



Outra opressão muito forte que as mulheres sofrem é a falta de autonomia sobre seus corpos: pouco se fala ou ensina a elas sobre seu corpo e sua sexualidade. Embora o aborto seja uma realidade, acontece clandestinamente pois é considerado crime, sob pena de detenção. Desta forma as mulheres acabam recorrendo a formas inseguras e arriscadas de aborto. As mulheres de classes mais baixas são as mais prejudicadas e são as que mais sofrem risco de vida devido as péssimas condições de aborto e do aborto auto infligido. Mas somos nós as mulheres que somos as maiores responsáveis, quando não as únicas, pela criação das crianças.



Por todas essas razões é que o dia 8 de março é dia de luta! É dia de nos erguermos e mostrarmos nossas capacidades e vontades! Somos guerreiras e podemos juntas nos fortalecer! São muitas de nós também que conseguem fazer valer nossos direitos e ter uma vida mais digna da qual somos todas merecedoras!



Contra toda opressão!

Não nos calaremos!