O
8 de março é Dia Internacional da Mulher. Ao contrário do que os
meios de comunicação reproduzem, esta não é uma data para
comemorar, e sim para lutar. Ganharmos flores e ouvirmos que somos
boas mulheres por sermos boas mães, filhas e esposas não apaga as
violências que sofremos diariamente, violências brutais e
cotidianas, às quais não vamos nos render, às quais devemos
combater. Queremos ter liberdade, ser tratadas com respeito, queremos
poder fazer nossas próprias escolhas.
Neste oito de março, enfeitamos as ruas para nós mesmas. Lembramos de mulheres famosas ou não por suas lutas. Poderia ser Maria da Silva, Joana dos Santos, Tereza de Souza. Cada mulher tem sua história, e todas nós sabemos, cada uma de um jeito, o que é viver neste corpo.
Tu sabe quem foi Borges de Medeiros, Salgado Filho, os Andradas e os Voluntários da Pátria? Quem sabe com um novo olhar sobre nossas ruas, nossos passos também sejam lembrados, e a igualdade nos favoreça.
Nossa intervenção não prejudicará quem busca pelas ruas, pois há muitas placas sem adesivos. Conversar com quem caminha na rua também pode ajudar.
Esperamos que tenham gostado, e também que ninguém se perca "por aí" como tantos se perdem no machismo de cada dia.
Seguem os registros, mostrando que mulheres em luta ousam nas madrugadas da cidade!!!
Violência
de gênero é a violência exercida contra as mulheres, uma
manifestação da desigualdade e do domínio dos homens por vivermos
numa cultura machista. A violência pode ser física, psicológica e
sexual, causando danos permanentes ou morte. Somos consideradas mais
fracas, objetificadas sexualmente, nos ditam padrões de beleza, no
trabalho recebemos menores salários, somos assediadas e
discriminadas quando grávidas.
As
mulheres sofrem violências de estranhos e também doméstica,
geralmente por seus maridos, é muito comum o estupro e a coação
dentro do casamento ou namoro. A violência doméstica pode ser
causada por outros membros da família ou pessoas próximas e é
muito comum meninas já desde pequenas sofrerem abuso e violência
dentro de casa, violência sexual ou outros tipos de maus tratos.
Muitas
mulheres e meninas vivem sob escravidão sexual, são forçadas a se
prostituírem ou são traficadas para exploração sexual.
Somos
ensinadas desde pequenas a aguentarmos caladas muitas dessas
violências. Mas queremos romper o silêncio! Procure ajuda, não
fique calada! Divida o que você está passando! Saiba que você não
está sozinha! O silencio apenas ajuda o agressor!
E
como você pode ajudar? Se você conhece uma mulher que sofre ou
sofreu violência, procure auxiliá-la, sempre tendo cuidado de
deixá-la à vontade para falar. Isso é importante para que ela não
se sinta acuada, pois a intenção é confortá-la e não tirar algo
dela à força. Ajude-a a se fortalecer e a ter condições de reagir
e se afastar da relação de violência, inclusive de denunciar seu
agressor publicamente.
As
mulheres sofrem discriminação, e as desigualdades se dão também
no âmbito social e econômico, sendo as mulheres de classes mais
baixas mais suscetíveis à dependência financeira e a exclusão
social. As mulheres
negras além do preconceito e discriminação por serem mulheres,
sofrem com o preconceito racial, e as mulheres negras e pobres são
as últimas na escala social. A mulher negra trabalha mais, recebe
menor salário e têm o menor índice de escolaridade.
Outra
opressão muito forte que as mulheres sofrem é a falta de autonomia
sobre seus corpos: pouco se fala ou ensina a elas sobre seu corpo e
sua sexualidade. Embora o aborto seja uma realidade, acontece
clandestinamente pois é considerado crime, sob pena de detenção.
Desta forma as mulheres acabam recorrendo a formas inseguras e
arriscadas de aborto. As mulheres de classes mais baixas são as mais
prejudicadas e são as que mais sofrem risco de vida devido as
péssimas condições de aborto e do aborto auto infligido. Mas somos
nós as mulheres que somos as maiores responsáveis, quando não as
únicas, pela criação das crianças.
Por
todas essas razões é que o dia 8 de março é dia de luta! É dia
de nos erguermos e mostrarmos nossas capacidades e vontades! Somos
guerreiras e podemos juntas nos fortalecer! São muitas de nós
também que conseguem fazer valer nossos direitos e ter uma vida mais
digna da qual somos todas merecedoras!
Contra
toda opressão!
Não
nos calaremos!